[Andrea del Sarto - Retrato de jovem]
Queríamos morrer novos. Dizíamos que queríamos morrer novos. Se calhar queríamos. Ou não. O medo da velhice. Trinta anos era o limite. Talvez não fosse o teu. Era o meu, pelo menos. Não me queria ver velho. E trinta anos era ser velho. Era não ser novo, pelo menos. Homens de trinta anos. Os traços do rosto marcados. Eu não queria ser assim. Teria cara de menino até morrer. Mesmo que isso significasse morrer cedo. Os vincos da pele em redor dos olhos. Não. Eu não passaria dos trinta. Lembras-te. Tolo. Foi há tantos anos. Agora estou a meio caminho entre os trinta e os quarenta. Já mais perto dos quarenta. Ainda me ponho a olhar para a cara dos homens a ver como não quero ser. Quando tiver quarenta. Ou cinquenta. Ou mais.
a C.
Queríamos morrer novos. Dizíamos que queríamos morrer novos. Se calhar queríamos. Ou não. O medo da velhice. Trinta anos era o limite. Talvez não fosse o teu. Era o meu, pelo menos. Não me queria ver velho. E trinta anos era ser velho. Era não ser novo, pelo menos. Homens de trinta anos. Os traços do rosto marcados. Eu não queria ser assim. Teria cara de menino até morrer. Mesmo que isso significasse morrer cedo. Os vincos da pele em redor dos olhos. Não. Eu não passaria dos trinta. Lembras-te. Tolo. Foi há tantos anos. Agora estou a meio caminho entre os trinta e os quarenta. Já mais perto dos quarenta. Ainda me ponho a olhar para a cara dos homens a ver como não quero ser. Quando tiver quarenta. Ou cinquenta. Ou mais.