Agora dizem-me que morreste e eu não acredito porque ainda te cheiro o relento doce de leite fermentado. Cerveja. Cerveja rasca mas para mim era leite. Que te escorria da boca enquanto me fugias das mãos aflitas e me dizias hoje ficas comigo hoje não voltas para casa.
30.5.09
16.5.09
A queixa
eu não tenho uma guerra para contar e os meus dias são esta torrente aborrecida de queixas e de dores banais
11.5.09
Epitaphius sextus
Quando eu morrer também te vais pendurar na parede da casa mortuária ao lado de toda a gente que me passou pela vida e que não conseguiu encontrar uma razão válida para se baldar ao meu velório. Vais içar devagarinho os lábios e vais cuspir o teu tédio enquanto empurras com o olhar os ponteiros do relógio porque isto nunca mais acaba e amanhã ainda vais ter de me enterrar. E eu espero que o relento das minhas tripas mortas não te ofenda o nariz e não tenhas de ir buscar outra vez uma toalha.
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