[Caravaggio - São João Baptista]
Aquela poça de suor. Ninguém sua daquela maneira. Onde estou. Onde me meti. Pagar os erros de ontem. E no entanto sabe bem. Sinto os músculos. Há qualquer coisa no meu pé direito que dói. Aquela vez, há tantos anos. Jogava à bola com os colegas. Devo ter caído. Ou torci a perna. Foi há quê. Vinte e cinco. Talvez mais. Ou um pouco menos. Nunca recuperei. Coxeio ligeiramente. Não demasiado evidente. Quase imperceptivelmente. O suficiente para destruir em pouco tempo qualquer sapato qualquer bota qualquer chinela do lado direito. E agora volta a doer-me. Pé direito. Suave dor. Corpo brilhante de suor. Aquela silhueta nos vidros espelhados. Sou eu. Não me reconheço. Camisola colada ao corpo. Quente. Húmida. Sabe bem. Não posso parar. E aquela poça de suor.
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