Às vezes apareces-me nos sonhos. Estendo a mão e toco-te. Ouço-te. É como se nunca tivesses partido. Como aquela vez, lembras-te. Depois de tanto tempo tínhamos voltado a sair à noite. Estavas fraco, ainda. Recuperavas. Ou assim pensávamos. Toda a noite a fazer pipocas. Que tolice. Mas foi um retorno. A nossa amizade. Íamos voltar a estar juntos todos os dias. Ou quase. Parecia mentira. Receara nunca mais poder sair contigo. E agora ali estavas. Fraco, mas a recuperar. Ou assim pensávamos. Demos um abraço. Daqueles fortes. Muito. Se calhar chorei. Depois morreste. E agora só nos vemos nos sonhos.
2 comentários:
Gostei demais dos teus textos! Tem alma, tem vida, tem algo que faz com sempre queiramos ler o próximo. Bem, me explica aí o que significa Imago Mortis. Até mais!
Olá Vicente, obrigado pelo encorajamento! Em relação ao título deste texto, quer dizer "o sono imagem (ou "prefiguração") da morte". Tem a ver com uma ideia que já vem da Antiguidade, segundo a qual o sono é a antecâmara de morte. Abraço!
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