[Boticelli - Virgem e o Menino com dois anjos e São João Baptista] Não há nada. Nem luz nem trevas. Mas ele está ali. O homúnculo. Sinto-lhe o nariz a fungar assim como um rato. Provando o ar. Para ver onde eu estou. Musgo. O meu cheiro sabe a musgo. Sinto-o na língua e nos dedos. E ele funga. À minha procura. E de repente o terror. Esmagando-me as tripas. É ele. O corpo enrolado e a boca fechada. Como se pudesse matar o cheiro. E ficar indetectável neste vazio neste nada. Enganou-me. Mas agora eu sei. É ele.
'Senhor'
Funga funga. Não me apanhas. Porque agora eu já não quero. Porque agora eu sei quem tu és.
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