Depois houve aquela vez. Aquelas vezes. Aquelas noites na avenida dos. E a cama era tão grande e fazia uma cova no meio onde nos entornávamos em poças de suor e saliva fermentada. Em silêncio xiu que se ela nos ouve. Ela era a velhota. A velhota que lhe alugava o quarto. Nunca a vi. Eu não via nada. Entrava de coração esmagado e lábios latejantes. Sentava-me na beira da cama e bebia-lhe o perfil. Sombra raiada pintada da luz que empurrava a persiana para dentro do quarto da cama. E ali eu já não sabia se eras homem se mulher. Os cabelos crescidos dançando danças de ventre de pêlos nas tuas costas pequeninas. Todo tu pequenino. Depois rastejavas para dentro dos lençóis. Arfando a cerveja azeda da noite. Não. Espere. Eu sei. Já contei. Repetir. A minha vida. A minha vida é um repetir de coisinhas pequeninas. Mas espere.
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