3.12.08

Retorno

[Abraham van Beyeren - Paisagem fluvial]

Se é o cheiro do mar. Se o da porcaria da merda que se acumula no porto. Que queres que te diga. Não sei. Há um cheiro forte. E eu não sei do que é. Pode ser do barco. Aquilo é um barco. Saberei mais tarde que aquilo é um barco. Agora é uma montanha se eu soubesse o que é uma montanha. E as mãos são as mãos da minha mãe que me apertam o choro. Tenho fome ou estou farto de estar aqui. Ou tenho medo. Olha a montanha olha o barco. Ou uma vaca. É uma vaca gigante que muge aflita. E lá dentro da vaca vêm pessoas de África e cheiram a leão. E ela tem medo. E há caixas muito grandes. Que queres que te diga. Não me lembro de mais nada. Só do colo da minha mãe e do mugido do barco.

1 comentário:

Anónimo disse...

flota neerlandesa, al fondo la ciudad neerlandesa de Dordrecht