A solidão das noites em que acordo e o corpo seco sem pinga de suor. Levantar os olhos deixá-los cair pelo quarto. Esta pinga de luz a escorrer da janela. Pica pica pica. E eu levantava os cobertores e despejava-me na alcatifa. Há tanto tempo. Agora é chão nu. Os pés aram as roupas espalhadas porque eu estava tão e só queria era. E pica pica pica as pedrinhas a cantarem na janela. Agora não. Remar remar. Não. Bambolear como um petroleiro oxidado comido pelo tempo. Até à janela. Na solidão destas noites em que acordo e queria ouvir pica pica pica as pedrinhas a cantarem na janela.
Sem comentários:
Enviar um comentário