Não me fui embora. Por aqui ando todos os dias. Calado. Mente preguiçosa aquecida pelo Sol de Agosto. Salgada do Atlântico. Sem ideias. Sem palavras. Longos passeios na areia molhada. Pensando em nada. Deixo de ouvir o rugido do mar. De sentir a sua língua gelada contra as minhas pernas. Tudo me parece já passado. Esmagado pelas décadas. Três e meia, não mais. Mas parecem oito. Nove. Às vezes paro. Mãos atrás das costas. Mirando o oceano. Ou algo por detrás dele. Não sei. Depois volto à duna onde deixei toalha e mochila. Deito-me na areia quente. E durmo. Estou vazio.
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