Acho que não olhava para lado nenhum. Figura esguia recortada na paisagem suburbana. Negra envolta em panos coloridos. Estranha. Deixava-se ficar sem olhar para lado nenhum. A angústia marcava-lhe a face engelhada. Saída da senzala. Denunciava-a o ar perdido. As roupas. Às vezes passava por ela e sorria-lhe um bom dia. Virava a cara e deitava-me o olhar mais desesperado que alguma vez vi. Não falava. Tê-la-á trazido a família. Não sei. Não veio por sua iniciativa. De certeza. Não era revolta que lhe via no olhar. Era um desespero conformado. Não era aqui que queria estar. Nunca para aqui quis vir.
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