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Mil novecentos e oitenta e dois. Não tinha medo de monstros. Nem de fantasmas. Nem do escuro. Não era disso que tinha medo. Atormentava-me, sim, a solidão. O silêncio. A casa estranha. A saudade. Deitava-me com o coração a bater tão depressa. Ansioso por adormecer. Por fugir. O barulho suave da televisão na sala ao lado. A mãe. Ainda não foi dormir. Está ali. Agarrava-me desesperado àquela presença. Depois o terror de ouvir a televisão ser desligada. Klik. Silêncio. Solidão. O medo.
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