Enxugar-te as algas dos olhos e bebê-los como se faz à água salgada pelo Sol. Não agora. Quando era miúdo. Punha-lhe as mãos devagarinho e deixava-as secar ao Sol e depois bebia-lhes o sal e a areia. E doíam-me os pés moídos das lapas que pingam das rochas pretas e dos mexilhões. Lembras-te. Da tarde a morrer e a tua mão e a minha mão. Não te lembras. Já ninguém se lembra. E por isso já me tem passado pela cabeça.
1 comentário:
Moro numa terra com os mesmos sulcos e cheiros e sabores. Tenho os mesmos vincos na memória. De ontem e de hoje. Irei sempre lembrar-me. Obrigada!
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