Cada uno es como Dios le hizo, y aún peor muchas veces.
Cervantes
Sete. Ou seis. Não sei. As trevas engolem-me o corpo lambido. A água quente. Puxo uma perna e agora a outra e agora. Dói-me tanto tirar o pé do chão. E pô-lo à frente do outro. Sicut ouis ad occisionem. Será que sabem. Que. As ovelhas. Eu sei. E vou. Sicut ouis. Arranca-me uma a uma as memórias mornas que ainda me abraçam a pele. O gelo. Já está. Paragem do autocarro. Vazia. Como ontem e amanhã. As pedras ondeiam-me debaixo dos pés. Estou louco. E o ar é um licor um líquido grosso que me rasga a boca e me esmaga a traqueia e me arranca os pulmões. E me enche os ouvidos e me rouba os sons. Se isto é viver. Fechar os olhos com muita força. Assim. Desistir. Para casa. Para quê. Enredar-me em medos. Vomitar paranóias. Basta. O autocarro. Entrar. Sozinho. Ondulando. Jonas. Sim. Rebola como uma baleia. Fechar os olhos dormir. Mas não. Não dá. Não quero. Morder rasgar mastigar cada momento. Ruminar terrores. Olhos abertos queimados do Sol nascente. Para quê. E amanhã outra vez. A tosse asmática e as tripas dormentes. O meu corpo pingado entornado no chão do quarto. O anel de fogo nos olhos.
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