6.9.07

Kill the pain . III . Narcosis

[Mattia Preti - São João Baptista diante de Herodes]

back to sleep

yeah more sweet narcosis

(cantado por Massive Attack)

Bom bom e se agora o homúnculo. Porque é que me olha desta forma. Não é pena. E não é bem curiosidade. É como se. Sicut ouis ad occisionem. Tão óbvio. Havia uma cabeça de boi e cheirava a sangue. E o homem de avental branco tinto de vermelho escuro. Abria a boca e ria-me os dentes amarelos. Assim. Cutelo na direita. A esquerda varrendo a bancada e o cheiro a morte. Se era das mãos se do ar. Não sei. E eu olhava para cima e via os cornos. E eu tão tão cá em baixo. Da cabeça de boi empalhada. Ou seria. A kidney oozed bloodgouts on the willowpatterned dish: the last. Joyce. Tenho os Dubliners para acabar antes de. Em inglês. Porque em tradução já. Depois fechava a boca seca e afiava o cutelo num espeto de ferro. Zinczinczinc. E eu já não estava ali. Esquecido. Deitando os olhos para cima. E o cutelo telo. Pegava num monte de carne e. Baque seco que me estoirava os ouvidos. Cortava nacos sangrentos. E olhava para trás e mostrava-me os dentes. Estás a ver. E eu via. Outra vez ali. Depois a mão de sangue pegava num naco de carne. Oozing bloOd. Bloodgouts. Lombo. Queres lombinho. Toma. Prenda do avô. Sabes como se matam as vacas. Não sabes. Eu explico. E eu chorava e agarrava-me às pernas da mãe. E ele deitava-me este olhar. Não era pena. Nem bem curiosidade. Era assim.

Sem comentários: