[Cézanne - Jardim em Les Lauves]
La vie, c'est comme une dent
D'abord on y a pas pensé
On s'est contenté de mâcher
Et puis ça se gâte soudain
Ça vous fait mal, et on y tient
Et on la soigne et les soucis
Et pour qu'on soit vraiment guéri
Il faut vous l'arracher, la vie
Boris Vian
Deixar de. Porque há dias que. Por mais que os tentemos colher não se deixam apanhar. Voltar à cela por porta angusta. Estendido sobre o catre. Rijo. Olhos no tecto baixo. Contar o tempo que passa e não pára de calcar قلبي . Vehementissime. E esta parede lisa. Tivesse ela rugas. Poderia trepá-la. Chegar ao tecto - e cair outra vez outra. Mas assim. Revolver-me na enxerga. E pensar que. E depois. Não vale a pena. Tentar olhar o céu. E bater com os olhos no tecto negro. E cair desamparado no catre. Porque não há espaço para cair no chão. Ainda que o houvesse. É que não há chão. Catre angusto porta paredes lisas que se beijam umas às outras em amplexo de morte. As quatro. حبيبي suspiram. Que ninguém as ouça. Prontas para me esmagarem em abraço fatal. E eu sinto o catre rijo e lanço os olhos ao tecto negro. Deixar-me ir. Abraço das quatro paredes lisas. Mas entre o catre negro. E o tecto rijo. Não sei. Desistir.
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