Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Álvaro de Campos
Abri a minha cabeça e tirei lá de dentro tudo o que sentia por ti. Agora está tudo nas tuas mãos. Na minha cabeça não ficou nada. Vês. Espreita. Não tenhas medo. Podes debruçar-te sobre a minha cabeça aberta. Nenhuma sensação te espirrará os olhos. Não te quero os olhos irritados com sensações minhas. Nem te morderá sentimento nenhum o nariz. Mas não deixaria de ser divertido. Ver-te ir embora com um sentimento agarrado ao nariz. O problema é que quando fecho a cabeça. Mesmo se a atar assim com tanta força. E puser cola daquela forte forte superforte. Volta tudo lá para dentro. Tudo o que eu sentia por ti. És tu malandro que me voltas a pôr tudo dentro da cabeça. Ouve. Peço-te. Guarda-me tudo o que eu sentia por ti. Fecha tudo dentro de um baú com três cadeados. Depois lança-o ao mar. Porque se tu não o queres. Eu também não o quero.
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