«Paris, 1909 - Janeiro, 5.
Hoje encontrei-o pela primeira vez.
Foi no Café. De súbito, vi-o na minha frente... O Café estava cheio. Por isso se veio sentar na minha mesa.
Mas eu não o vi sentar-se. Quando o vi, já ele estava diante de mim. Ninguém nos apresentara, e já conversávamos os dois...
Como é belo!
E o ar de triunfo que ilumina o seu rosto esguio, macerado?... Tombam-lhe os cabelos longos aos anéis. É ruivamente loiro. Tive vontade de o morder na boca...
Aquele, sim, aquele é que me saberia ser.»
Foi no Café. De súbito, vi-o na minha frente... O Café estava cheio. Por isso se veio sentar na minha mesa.
Mas eu não o vi sentar-se. Quando o vi, já ele estava diante de mim. Ninguém nos apresentara, e já conversávamos os dois...
Como é belo!
E o ar de triunfo que ilumina o seu rosto esguio, macerado?... Tombam-lhe os cabelos longos aos anéis. É ruivamente loiro. Tive vontade de o morder na boca...
Aquele, sim, aquele é que me saberia ser.»
Mário de Sá-Carneiro, Eu-Próprio o Outro
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