18.2.06

Eternidade

[Max Ernst - Virgem sovando o menino Jesus perante três testemunhas: André Breton, Paul Éluard e o pintor]

Afirmam os ateus que o mundo sempre existiu, que o Universo é eterno e infinito, dizia-nos o padre. Obviamente ele tinha faltado a aulas de Física importantes. Mas nós éramos demasiado novos para nos apercebermos da assustadora ignorância científica do padre. A catequista olhava-o embevecida, e ia dizendo que sim com a cabeça. Ora, continuava o padre, como se pode conceber algo que sempre esteve ali, algo eterno e infinito? Não pode. Ora pensem lá. A solução é Deus. Ele sim, é eterno. Disse mais algumas banalidades. No fim, olhou-nos triunfante, apesar de tão pobre retórica. Fiquei profundamente afectado por aquele discurso, que de certa forma, na sua pobreza e incorrecção, mudou a minha vida. É que eu entrei na igreja, naquele dia, um miúdo crente, profundamente cristão. Mas quando saí já era ateu.

2 comentários:

Anónimo disse...

Por favor, leia meu e-mail
Tucalima
SDS.
Tuca

Anónimo disse...

Pobre rapaz, espero q vc tenha tempo de conhecer a VERDADE, pois mesmo ñ crendo,ou aceitando, é SÓ UMA. Tenha um FELIZ NATAL, com a bênção d'O PAI CELESTIAL!!!

Att, Elisabeth.