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À memória do Rui
Uma silhueta indefinida prostrada na cama. Os teus pais tentavam acordar-te, para me veres. Tu não reagias. Eu estava mudo, um nó na garganta. Eu só queria ver-te outra vez. Tentar acreditar no inacreditável. Olhava para aquilo que tinha sido o teu corpo. Despedi-me atabalhoadamente, com as lágrimas a quererem saltar dos olhos. A garganta apertada. O estômago estrangulado. Foi a última vez que te vi vivo. Se era estar vivo, aquilo.
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