[Ulisses cegando Polifemo - fragmento de cerâmica. Argos, século VII a.C.]
Contei em tempos como um livro para crianças me marcou a ponto de ter acabado licenciado em Línguas e Literaturas Clássicas. Uma Odisseia para crianças, com desenhos e palavras bonitas. Continua à venda, mas nunca a comprei, porque a "minha" Odisseia para crianças era um livro velho, que já fora da minha mãe. Capa amassada, folhas amareladas. Nunca me passarou pela cabeça pedi-la à minha mãe. Era dela. Oferecido pelo seu pai. Mas hoje, numa venda de livros usadas, encontrei um volume muito parecido. Velho. Lido. Relido. Usado. Comprei-o. Não para ler. Para isso há a deslumbrante tradução do Frederico Lourenço. Mas para tê-lo. Imaginar que é o livro que devorei numa tarde, enfiado numa despensa. Folheá-lo. Tê-lo.
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