11.7.07

Aquilo que não se pode contar . 6 . A coita

[Bosch - Tentação de Santo Antão (pormenor do painel lateral esquerdo)]

φανερὰ δέ ἐστιν τὰ ἔργα τῆς σαρκός, ἅτινά ἐστιν πορνεία ἀκαθαρσία ἀσέλγεια εἰδωλολατρία, φαρμακεία ἔχθραι, ἔρις ζῆλος θυμοί ἐριθείαι διχοστασίαι αἱρέσεις φθόνοι μέθαι κῶμοι καὶ τὰ ὅμοια τούτοις ἃ προλέγω ὑμῖν καθὼς προεῖπον ὅτι οἱ τὰ τοιαῦτα πράσσοντες βασιλείαν θεοῦ οὐ κληρονομήσουσιν
Gal 5, 19.21
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os
olhos
deixados
aos pés da cama. Cegos. Para quê. Se eu já sei. Se o sinto. Mesmo se não o vejo. E eu sei. E não consigo deixar de olhar. De me lançar nas trevas para alimentar o meu terror. Levanto o pescoço. Devadevadevagagaririnho. Para não me denunciar. Como se me estivesse a ajeitar na almofada. Mas não. Estou tolo. Tonto. Tentando ver aquilo que não se vê. Cabeça levantada queixo no peito. Tum tum tum tum coração doido. Coito. As coisas de que me lembro nestes momentos. Se fosse coito não coita aqui na cama. Tanta coita coito quase nenhum. Multum passus uix futuit. Palavra tão feia. Rouba-me a razão. O terror. Mas se eu. E se abrir agora os olhos

1 comentário:

Glaukwpis disse...

Porra, só tu para me pores a ler grego em voz alta!