[Estádio de Alvalade, vinte e sete de Maio de dois mil e sete]
à memória do Rui
Sobe dorida pela garganta apertada. Não pára não pares. Depois chega ali e não quer não quero deixar sair. Porque ali não é lugar. Tanta gente. Chegas a casa e depois. Lançando os olhos para baixo para não ver não sentir. Porque ali não. Ali não. Estômago apertado nas costas arrepiadas. Lábios retorcidos não querem fechar. E há os olhos ardidos. Não querem abrir. Aqui não. Por favor. Onde hei-de pôr as mãos e os olhos e a boca. Não sei. Porque não vou conseguir. É que. Já está. Porquê. Aqui não. Sai uma. Duas três quatro. Mão na boca. Cachecol enrolado. Cara tapada. Porque isto sem ti. Aquela senhora olha e sorri. Não é por isso. É porque tenho tantas saudades. E isto sem ti não vale nada.
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