7.5.07

A noite

[Piranesi - A torre redonda (Carceri d'Invenzione)]

Devia ser. Não é. Recordação doce. Que me rasga de novo o peito. Nunca deixou de o rasgar. Mas agora dói mais. Cada vez. Lembras-te. O passeio entre as árvores. O jantar. Às vezes penso se. Mas depois. Tanta coisa que ficou por dizer. Ainda. E não sai porque não pode. Naquela noite o meu mundo mudou. Tu mudaste-mo. Deste-lhe luz nova. Agora de novo na masmorra escura deito os olhos para cima e vejo-a distante. A luz. Que me vai fugindo. E crescem-me no peito as trevas. Outra vez.

2 comentários:

ritagrama disse...

A NOITE

A noite é o sinal
de tudo quanto fomos
dos medos dos mistérios
das fadas e dos gnomos

da ignorância pura
que é da ciência irmã
em que sendo passado
já somos amanhã

A noite é o espaço vago
o tempo sem história
em que as perguntas
nascem dentro da memória

Em tudo o que o que já fomos
está o que seremos
mas cabe perguntar
Foi isto o que fizemos?


Cantado por
José Mário Branco
Letra e música
José Mário Branco



In
A NOITE

André . أندراوس البرجي disse...

Tenho o prazer de conhecer o JMB, da faculdade, é lá aluno. Canção linda. Se puderes manda-me um email, porque não tenho o teu, e preciso de te perguntar uma coisa.