27.5.07

O beijo

[Turner - Quillebeuf, na foz do Sena]

O silêncio é a água destas pedras

onde a noite se estende para morrer.
Eugénio de Andrade

Morre-me lenta a noite nos braços que ainda há tão pouco. Estendida dolente morta de cansaço. Tão bela tão louca. Os beijos que trocámos e a minha mão na tua pele. Quando eram as noites. E os dias. Tudo morto. Morre-me lenta morta. Abro os braços e cais no chão corpo desamparado. Baixar-me de novo. Depor-te beijo último nos lábios secos de amor. Levantar-te da terra num abraço derradeiro forte como. E a última lágrima. E sentir a tua indiferença tão fria. Tu não precisas de mim. Morre-me tão bela tão lenta a noite nos braços cansados.

أحبك
ذائماً

1 comentário:

ritagrama disse...

E...
" Um fio a desdobrar que não termina de grinaldas de rosas de toucar."


Rosa pristina.