[Piranesi - Carceri d'Invenzione]
Sozinha estou entre paredes brancas
Pela janela azul entrou a noite
Com o seu rosto altíssimo de estrelas.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Sozinha estou entre paredes brancas
Pela janela azul entrou a noite
Com o seu rosto altíssimo de estrelas.
Sophia de Mello Breyner Andresen
Suave abate-se sobre mim névoa química que me alivia a alma. Refrigério querido. Cabeça pesada custa tanto levantar-te. E o peito apertado. Já estava. Agora menos. Pálpebras esmagadas contra olhos ardentes. Faltam-me as forças para. Levantar-me e cair sobre a cama. Já não ler. Braços dormentes. Vinte e oito quilos levantados hoje. Mas não é disso. E o tecto a baixar-se a cair sobre o peito. Não sentir nada. Resolver. Tão fácil. Mais um. Só mais um. Já não sinto. Ataraxia. Falsa. Porque amanhã acordo pregado à cama e lanço os cobertores sobre a cabeça e maldigo o dia e vou querer adormecer e não voltar a acordar. Outra vez. E se.
2 comentários:
as prisões do piranesi tem portas e janelas de saída.
De nada serve porta e janela quando não se cabe nelas para sair.
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